Entrevista Drawlas Claymont Ribeiro da Silva, os 37 anos de idade, Drawlas Claymont Ribeiro da Silva volta a direção do Colégio Est. Cel. José Francisco de Azevedo de- pois de 4 anos. Neste período, teve a opor- tunidade de trabalhar em outros setores do colégio e ainda foi Secretário Municipal de Educação. Leitura e ouvir musica, são seus hoobs, E ele concede pela 1ª vez uma entrevista ao Informativo Conexão. Na oportunidade, ele fala sobre os desafios, diferenças, perspectivas e sonhos. Leia a seguir:
IC – Como esta sendo voltar a direção deste colégio?
DC – Sempre é um desafio novo com novas perspectivas, já do ponto de vista da equipe foi muito tranquilo, pois sempre fiz parte e conheço a todos.
IC – E os desafios, são muitos diferentes? DC – Os desafios n se alteram de um dia p/ outro, o que acontece é uma evolução e uma intensidade maior dos já existentes. Se em nosso planejamento n conseguimos dar respostas q consiga sanar ou amenizar os pontos fracos e as ameaças externas, elas ganham forças a cada dia.
IC – Qual vem sendo seu maior desafio atualmente à frente da direção? DC – Há quase meia década a escola tem identificado em sua avaliação diagnostica e estratégica uma falta de compromisso dos alunos em relação ao conteúdo programático, ao conhecimento acumulado ao longo do processo histórico, condição fundamental p/ desenvolver uma postura critica e um raciocínio lógico. Fica a sensação de que nossos jovens não objetivam mais um futuro, ficando a impressão de que nossos alunos não têm sequer uma aproximação do q gostaria de ser futuramente, postura essencial p/ direcioná-los no que fazem hoje. Isto esta criando um ciclo vicioso em toda comunidade escolar, aonde alunos não dão o retorno esperado e a equipe acaba desestimulando a cada dia, fazendo com que a cada ano a escola perca a qualidade alcançada com tanto esforço.
IC – Quais são as perspectivas p/ esse ano de trabalho?
DC – Estamos apostando em um planejamento coletivo que envolva mais segmentos da comunidade, pois, só dessa maneira é que acreditamos que alcançaremos os objetivos e as metas estabelecidas. Todos sabem que a escola é um reflexo da realidade do contexto no qual esta inserida, portanto, se faz necessário uma rede de atores atuando de maneira coletiva p/ que possamos alinhar as forças da escola com as oportunidades oferecidas pela comunidade p/ superarmos tudo aquilo que entendemos com obstáculos na formação social e educacional de nossos jovens.
IC – Resume pra gente o que é ser educador?
DC – Dentro de uma concepção histórica-cultural, no qual tem sua maior expressão o pesquisador russo L. S. Vigotski, acredito que ser educador hoje, seria levar o educando a superar uma da formas de alienação mais básicas que é aquela na qual os indivíduos humanos são impedidos de apro-priarem-se daquilo que faça parte da riqueza do seu com-texto, possibilitando-os a romper os processos alienantes que impedem a humanização do individuo. Portanto, ser edu-cador é ter um posicionamento positivo sobre a formação dos seres humanos hoje, q associa sua praxe a uma luta po-lítica socialista, em outras palavras há q se lutar p/ que um nº. maior de indivíduos aproprie do saber cientifico, político e filosófico, de tal maneira que esse saber se torne uma mediação na construção de uma pratica social na luta contra o capitalismo, uma pratica social de resistência às brutais formas de alienação existentes. P/ isso, o educador tem q ter uma consciência definida sobre algumas categorias que fundamenta e alicerça sua praxe pedagógica.
IC – Existe alguma mudança que acredita que poderia fazer diferença neste trabalho? DC – Hoje o lema apren-der a aprender valoriza muito o método e menospreza o papel do professor, como alguém que acumulou experiência ao longo de todo de sua existência como ser humano e profissional processo este fruto de uma política neoliberal e pós-moderna. Isso levou o processo de ensino e aprendiza-gem a um conjunto de ações que apenas instrumentaliza os alunos a utilizarem determinadas ferra-mentas, ou seja, formar massas de consumo em uma sociedade capitalista. Hoje a maior mudança em nossa escola seria converter o caráter de entretenimento que vem ganhando as escolas de uma forma geral, em função dos inúmeros equipamentos de comunicação e informação, p/ um processo efetivo de ensino e aprendizagem. Pois sendo a escola um reflexo da sociedade, os meios de comunicação em massa têm contribuído p/ relativizar princípios e valores essenciais p/ que a escola cumpra sua função social, o q tem se agravado c/ a ausência da família não só na vida escolar dos filhos, mas de uma maneira geral.
IC – Existe ainda o desejo de voltar a vencer o Prêmio Gestão? DC – Acredito que o Premio Gestão tem alguns pontos positivos, como a divulgação de praticas de sucesso, dependendo da visão de sociedade e de homem de cada um. No entanto, eu acredito que ele representa mais uma forma de competitividade entre as escolas, com forma de pressioná-las por melhores índices e construir as exceções dentro de um sistema de ensino falido, que visa a atender interesses de mercados.
IC – Existe muita diferença entre o dirigir o colégio ontem e hoje? DC – Sempre existe uma diferença entre o ontem e o hoje. No meu caso a diferença esta no amadurecimento que alcancei através das leituras realizadas ao longo desses 5 anos, pois dentro de uma visão pedagógica sócio-histórica ou histórico-cultural, procurei definir conceitos de algumas categorias como sociedade, homem, trabalho, mais valia entre outras, o que acaba por nos dar outro direcionamento do nosso fazer pedagógico. Hoje a função de líder educacional me causa mais angustia, dada a evolução e a direção na qual as coisas se encaminham, pois os ideais nos quais eu acredito depende de uma consciência coletiva p/ se concretizarem.
IC – Deixe para os nossos leitores uma mensagem final:
DC – “Um homem completo possui a força do pensamento, a força da vontade e a força do coração. A força do pensamento é a luz do conhecimento; a força da vontade é a energia do caráter; a força do coração é o amor. Vejo a vida como uma constante caminhada dirigida p/ esse horizonte do homem completo, lutando contra tudo que em nossa sociedade constitui uma barreira a essa caminhada. Espero sempre continuar em busca do conhecimento (a força do pensamento), procurando não esmorecer na luta pelos valores que defendo (a força da vontade). Quanto a força do coração, já a alcancei: é o amor que sinto pela minha causa”. Ludwig Feuerbach